Tocantinenses são acusados de falsificar exames da Covid-19 para entrar em Fernando de Noronha e são presos

Na noite desta última quinta-feira 29, quatro turistas de Araguaína, no Tocantins, foram presos pela polícia civil em Fernando de Noronha por falsificarem exames da Covid-19. Os dois homens e duas mulheres tiveram prisão preventiva decretada pelo juiz André Carneiro de Albuquerque Santana, atendendo a um pedido do Ministério Público Estadual de Pernambuco, representado pelo promotor Flávio Falcão. Na decisão judicial, os turistas foram enquadrados nos crimes de falsificação de documento, uso de documento falsificado e associação criminosa.

Ao Diário Tocantinense a administração do arquipélago afirmou que os visitantes desembarcaram em um jato particular na última quarta-feira,28, e apresentaram exames coletados ainda no dia 25. Como o protocolo exige que o exame seja realizado um dia antes do embarque, os turistas foram colocados em quarentena até saíssem os resultados de novos exames realizados na ilha. No momento da coleta, na pousada, os visitantes se negaram a fornecer as amostras, alegando que tinham feito novos exames no mesmo dia do embarque e que estavam aguardando os resultados. Sendo assim, o material não foi coletado. Nesta quinta-feira 29, eles apresentaram os resultados dos supostos exames que teriam feito, mas as datas não batiam e receberam voz de prisão.

“Nós desconfiamos da autenticidade dos exames porque a data da coleta, nos documentos apresentados pelos turistas, era muito distante da data de cadastro do usuário para a realização do exame no laboratório. Então, alertamos o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco, que acionou o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Tocantins, onde fica o laboratório no qual os testes foram realizados. Na checagem dos registros originais no laboratório, foi constatado que a data da coleta, no exame apresentado pelos turistas em Noronha, tinha sido adulterada para se enquadrar ao protocolo de entrada na ilha”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde de Fernando do arquipélago, Fernando Magalhães.

Nesta sexta-feira 30, os quatro turistas serão submetidos a novos exames do tipo RT-PCR para detectar se há presença do novo corona vírus.

Desde a reabertura de Noronha para o turismo, no último dia 10, foram registrados 16 novos casos de Covid-19 no arquipélago. No início da semana, a equipe de vigilância em saúde foi reforçada com mais cinco profissionais enviados pela Secretaria de Saúde do Estado. No desembarque no aeroporto Carlos Wilson é feita a checagem dos exames apresentados pelos visitantes. Caso haja alguma inconsistência na documentação, é feita uma verificação de autenticidade.

“Se faz necessário um rigor na fiscalização da entrada de turistas. Não podemos tolerar o descumprimento do protocolo. Ele foi elaborado para garantir a segurança não só dos moradores, mas também dos próprios turistas que visitam a ilha. Todos os nossos esforços são no sentido evitar a circulação do vírus na ilha. É preciso que todos sejam fiscais dos protocolos, para que a ilha possa permanecer aberta para todos, fazendo nossa economia girar. Porém, o mais importante é preservar a vida das pessoas”, afirma o administrador da ilha, Guilherme Rocha.

Para que seja permitido o acesso Ã  Fernando de Noronha, os visitantes que não tiveram a Covid-19 precisam cumprir um rigoroso protocolo, numa tentativa de evitar a proliferação da doença na ilha. Dentro das regras estabelecidas, é necessário realizar um exame do tipo RT-PCR um dia antes do embarque, ou na própria data da viagem. A apresentação do documento com o resultado negativo deve ser feita no momento do desembarque, no aeroporto de Noronha. Caso o resultado não saia a tempo, o turista precisa ficar em quarentena na pousada até receber o resultado do teste. Na saída da ilha, o mesmo exame precisa ser repetido antes do embarque. Esse exame da saída é realizado pela equipe de vigilância em saúde e custeado pelo governo do estado. Caso o turista fique mais de cinco dias, o exame precisa ser feito no quinto dia da viagem, no Posto de Saúde da Família.

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